sábado, 9 de junho de 2012

Moção de Apoio à Greve na Universidade Federal de Goiás


A Associação dos Pós-Graduandos da UFG (APG-UFG) declara seu apoio incondicional às greves da educação federal e, em especial, da Universidade Federal de Goiás. A APG apoia a greve dos professores da UFG, deflagrada no dia 06/06, em Assembleia Geral da categoria. Entendemos que a greve possui inteira legitimidade, na medida em que reflete a opinião e a vontade da maioria dos professores. A APG-UFG também apoia a greve aprovada pelos estudantes de graduação da Universidade Federal de Goiás, deflagrada no dia 11 de junho, bem como apoia a greve dos técnico-administrativos em educação, deliberada no dia 12 de junho.

A greve declarada pelos professores das IFES reivindica melhores condições de trabalho da categoria, incluindo plano de carreira único com incorporação de gratificações em 13 níveis, com uma variação de 5% entre os níveis e percentuais de acréscimos de acordo com o regime de trabalho e titulação. A greve dos estudantes denuncia os problemas gerados pelo REUNI, as consequências de uma expansão sem as verbas necessárias e reivindica uma política efetiva de assistência estudantil. A greve dos técnicos-administrativos em educação luta contra a privatização do Hospital das Clínicas-UFG, contra o corte de salários de médicos e médicos veterinários e por plano de carreira, levando em consideração que esta categoria possui o menor piso salarial do executivo federal.

Muito além de uma reivindicação exclusivamente salarial, a greve da educação é um grito a favor da universidade pública, gratuita e de qualidade. Ela denuncia, por exemplo, a redução, nos últimos anos, dos gastos destinados ao Ministério da Ciência e Tecnologia, assim como o congelamento do valor e número de bolsas. Somada a isso, a proposta governamental do Plano Nacional da Educação (PNE), que apresenta uma meta de 7% do PIB para a educação a ser atingido nos próximos 10 anos, fortalece o processo de mercantilização e sucateamento das universidades. É preciso, portanto, avançar em uma mobilização nacional pela garantia de ampliação do financiamento para a educação a fim de reverter a precarização das condições de trabalho e estudo nas universidades, bem como a situação das especializações e dos programas de pós-graduação que, mesmo sujeitando-se às determinações quantitativas e produtivistas da CAPES, convivem com escassez de bolsas de estudo e recursos financeiros necessários para manter estruturas e condições adequadas de estudo e pesquisa nos programas de Pós-Graduação. 

Em um momento em que a expansão das universidades não é acompanhada por um investimento equivalente, em que a lógica mercadológica produtivista domina nossas produções científicas e em que a verba para a educação pública tem sofrido cortes sistemáticos, acarretando o sucateamento e a precarização das condições de trabalho, a greve da educação federal (docentes, estudantes e técnico-administrativos) representa um avanço na luta por uma educação pública de qualidade. 

Diante disso nos colocamos à disposição de construí-la coletivamente com docentes, servidores, estudantes da graduação e a sociedade. Consideramos a necessidade de incluirmos também as seguintes pautas: 




• Em defesa de melhores condições de trabalho, estudo e pesquisa nas instituições federais de ensino;

• Melhores condições de trabalho e infraestrutura em todos os Campi, tais como: estruturação das bibliotecas (acervo bibliográfico e espaço físico), salas de estudos individuais e coletivas, laboratórios de informática, reaparelhamento e criação de novos laboratórios, reforma das salas de aula que estejam em condições precárias e construção de novas, entre outras;




• Universalização das bolsas de pesquisa sem redução de vagas e aumento do valor das mesmas, com reajuste emergencial de pelo menos 40%;




• Em defesa dos 10% do PIB para a educação;




Os pós-graduandos da Universidade Federal de Goiás se posicionam:


a favor da greve da educação federal;

a favor da educação pública, de qualidade e popular;

a favor de uma ciência crítica e emancipatória; 

a favor da sociedade brasileira!




Goiânia, 08 de Junho de 2012.

APG-UFG

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